Iniciou o seu percurso académico no Instituto Superior Técnico e começou por ser programadora. Hoje é uma Girl in ICT: Fernanda Pedro.
1 – Como foi o seu percurso profissional e que barreiras encontrou enquanto Girl in ICT?
Iniciei o percurso profissional nas TIC enquanto aluna do Instituto Superior Técnico, no ano de 1973. Comecei como programadora, como quase toda a gente nessa época. Em 1978 integrei um projeto nacional, com equipas internacionais, tendo passado quase três anos fora do país e onde a questão de quotas não se colocava. Unicamente a competência e a capacidade de trabalhar em equipa. Foi uma grande aprendizagem e que modelou todo o percurso profissional seguinte. Não sinto que tenha tido barreiras, sinto sim que precisava de ser mais assertiva nas respostas e propostas que os meus colegas homens.
2 – Quais são os aspetos mais aliciantes de ser uma Girl in ICT?
Competição pela competência; capacidade de identificar alternativas aos processos estabelecidos; atualização constante; oportunidade de conhecer várias unidades de negócio e várias áreas de negócio; participação em fóruns que partilham interesses; visão alargada…
3 – Alguma vez se sentiu discriminada? Do seu ponto de vista faz sentido promover-se a igualdade de géneros no mundo das TIC?
Sim e não. Sim porque muitas vezes confrontaram as minhas opiniões e/ou soluções com outros ICT men. Não porque as soluções e/ou alternativas estavam suficientemente bem suportadas para dar a confiança necessária a quem as seguia, permitindo-me ganhar pontos. No meu ponto de vista a “quota” que se quer ver satisfeita só faz sentido porque na situação atual de falta de alternativas de emprego, se houver 5 mulheres e 1 homem, este ganha independentemente da sua competência. E esta situação é fácil de provar – basta vermos diariamente notícias e lermos jornais, para perceber como a incompetência impera. Em situações de igualdade e de acordo com o perfil da empresa, poderá a escolha recair no homem. Mas ATENÇÃO – eu passei pela crise do BCP – Banco Comercial Português, quando as mulheres foram proibidas de integrar os quadros da empresa. Não me parece que hoje haja alguma situação extremista como esta, no nosso mercado.
4 – O que sugere para atrair mais as jovens para as áreas das tecnologias da informação?
Não me parece que seja um problema das ICT, mas um problema das tecnologias no seu todo – engenharias, etc. Um pouco como a anedota, não? As meninas de Letras, as meninas de Medicina e no fim da escala as meninas do Instituto Superior Técnico. Esta profissão dá trabalho, obriga a uma atualização constante e a formação permanente. Se não for a empresa a facultá-la, o bom profissional procura as alternativas para não se deixar ultrapassar técnica e metodologicamente. Os horários de trabalho não fazem sentido, pois um problema se existe é para ser resolvido e rapidamente. E já se ganhou bem. Hoje nem por isso. A futilidade da nossa sociedade atual quer muito com pouco esforço e todos sabem que as tecnologias dão pouco com muito esforço.
5 – As tecnologias influenciam o modo como o mundo olha para as Girls in ICT? E contribuem para a igualdade do género?
Não me parece que influenciem. No que respeita a igualdade do género não acredito – a mulher não sabe fazer bluff, sem se deixar apanhar! Ou seja – doa a quem doer se está errado a mulher diz e cria anticorpos no outro género. E não vai beber um copo, nem jogar golf para fechar negócio.
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