Tendo a APDSI tido conhecimento das razões apontadas pelo Prof. Pedro Veiga para o seu pedido de demissão de coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança, vem publicamente expressar-lhe o seu apoio e concordância com as razões invocadas no que diz respeito à situação atual da gestão dos domínios .pt.
À APDSI, Pedro Veiga confirma que o facto de o domínio de topo de Portugal (o .pt), que considera uma infraestrutura crítica para o país, continuar a ser gerido pela associação DNS.pt, que constitui um monopólio natural, sem qualquer regulação por parte do Estado Português, foi a razão principal da sua demissão.
Pedro Veiga recorda que aceitou coordenar o CNCS na pré-condição de que o DNS.pt voltava para a esfera da regulação do Estado. Dois anos depois, afirma que Manuel Heitor, ministro da Ciência, Ensino Superior e Tecnologia não concretizou a sua condição.
Ainda no contexto do Centro Nacional de Cibersegurança, a APDSI entregou no passado dia 9 de maio ao Parlamento uma Tomada de Posição sobre a necessidade de autonomizar a Cibersegurança do Gabinete Nacional de Segurança, de forma a melhorar a sua eficácia na ação preventiva e relativa a incidentes na administração pública, na economia e na sociedade.
Pode consultá-la aqui.
Se necessitar de algum esclarecimento adicional, não hesite em contactar-nos também através do telefone 21 751 07 62.
2 Comentários
À Direcção da APDSI
Relativamente à notícia “APDSI apoia Pedro Veiga na sua decisão de abandonar a coordenação do Centro Nacional de Cibersegurança …”:
Como associado, considero abstruso e absolutamente insensato, no mínimo, que a APDSI suporte publicamente uma pessoa determinada, envolvendo-se directa e afirmativamente em posições pessoais que não se relacionam, ao que julgo, com qualquer processo público em que a associação tenha estado envolvida.
Estranho que a Direcção, que até pelo facto de estar demissionária deveria conter-se de acções desestabilizadoras, tenha assumido publicamente tal posição formal, a qual irá muito provavelmente corroer relacionamentos com outras entidades, o que é obviamente desaconselhável e mina o terreno para as futuras direcções.
Para além disso, a forma como a posição foi tomada anula a utilidade da mensagem temática que a Direcção aparentemente pretendia assumir.
Näo sei se as reservas colocadas por este associado, para além das adjetivações, se prendem com a questão do DNS.PT, que desde há muito tempo que requeria uma Tomada de Posição da APDSI, na sequência e em coerência com a tomada de Posição da ISOC Portugal com quem temos parceria https://drive.google.com/open?id=1alVZxG8SFwPuY_wBxFNNgk6PUEIJmV93 ou se tem a ver com a Tomada de Posição sobre a Cibersegurança (NIS), cujo texto preparado por mim teve durante 9 dias em apreciação do GSP e não mereceu qualquer comentário por parte de nenhum membro do grupo, apesar das nossas insistências, devido à urgência na apreciação do projeto entregue ao Parlamento.
Foram estes os dois motivos que levaram à demissão do Prof Pedro Veiga, que coincidiram e vieram reforçar a postura da APDSI sobre estes dois temas.
O Prof Pedro Veiga é nosso sócio fundador e nem sempre se pode agradar a todos em questões que envolvem alguma polémica, mas decerto nunca será por medo de desagradar a alguns setores do poder que a APDSI irá deixar de assumir as suas escolhas e tomadas de posição públicas..
Prudentemente no site da APDSI é referido que o texto da Tomada de Posição sobre a Cibersegurança (NIS)é da responsabilidade do Presidente da Direção e que o seu teor ainda está aberto à discussão, apesar de já ter sido objeto de reunião com o Presidente da Primeira Comissão., dada a urgência da transposição da Diretiva NIS.
O que diferencia a APDSI de outras associações do setor é a sua postura cidadä em torno de causas, não se limitando a refugiar-se na passividade e no medo para não afrontar poderes públicos.
Como organização da sociedade civil que se assume como mediadora com os poderes públicos, a APDSI muitas vezes rem-se manifestado em contra ciclo para defender e sustentar algumas destas causas. É por isso que a APDSI é cada vez mais respeitado pela sua independência e credibilidade e é cada vez mais convidada pelos vários órgãos de soberania a pronunciar-se sobre diversos temas que envolvem alguma polémica.
Hoje mesmo tivemos uma reunião a pedido do vice presidente da Assembleia da República, para se discutir algumas das tomadas de posição em curso. e nos últimos meses fomos recebidos por todos os grupos parlamentares e por quase uma dezena de ministros e secretários de estado, na sequência desta postura independente, credível e cidadã.
Fazemos votos que a próxima Direção que vier a ser eleita no próximo dia 21 de Junho venha a prosseguir esta postura de cidadania e continue a merecer o respeito da sociedade e dos poderes públicos.